
o que é esse mon?!?!
E aí seus colecionadores de coisa estranha, como cês tão hoje? Já gastaram o salário da mãe de vocês em boneco cabeçudo do seu personagem favorito, comprou um travesseiro gigante com uma menina 2d desnuda ou qualquer outra tranqueira que um anime tentou te vender? Se sim, a conversa de hoje pode ser justamente contigo, vamos lá!
É inegável que o mercado de merchandising em volta da indústria de animes é muito lucrativo, e eu tenho certeza que você já viu roupas, bonecos, revistas, botons, e sei lá mais o que de piratas, ninjas e caras de cabelos com mais cores diferentes do que o Felipe Neto já usou.
E sim, é por sua causa que essa indústria é BILIONÁRIA, igual a música do Bruno Mars (essa referência me fez parecer velho demais né? acho que entreguei a idade).
E quem tá colocando ela nesse patamar não sou eu, e sim a pesquisa feita pela Association of Japanese Animation, que monitora diversos aspectos da indústria de animes no Japão, e estipula que entre 2021 e 2022 o crescimento foi de 13%, fazendo com que o lucro gerado pelos desenhos com personagem estranho que grita e tem olhos grandes chegasse a R$100 bilhões (20,6 bilhões de dólares).
Mas eu quero falar de algo mais específico por aqui, eu quero falar daqueles animes que vieram pra te vender algo.

eles são sim um produto


Sim, eles podem fazer parte da sua infância, sim eles podem ser bons e você ter carinho e afeto por eles, sim eles passaram no Brasil e sim, na realidade eles eram propagandas de 24 minutos no meio da programação e você não sabia! E antes que você diga que eu esqueci esse ou aquele, tentei lembrar dos que mais tiveram destaque por aqui, então se o seu produto colecionável em forma de anime não aparecer aqui, saiba que não é um ataque contra ele (mas saiba que ele deve ser de um gosto no mínimo duvidoso).
Primeiro eu vou tentar colocar aqui um conceito um pouco mais fechado, mas que vou acabar usando de maneira mais ampla, que são as séries Mon e como elas vendem seu produto (sim, pedi pro Sahgo, do Canal do Sahgo, e ele me deixou usar o nome pro texto e sim ele foi uma grande referência).
Primeiro, as séries Mon são materiais que tentam te vender algo, que normalmente tem um alto aspecto colecionável, e que o mundo inteiro daquele universo proposto na animação gira em torno das “coisas colecionáveis”.
Pensando rapidamente, você consegue lembrar de pelo menos um deles, certo? Então eu vou te contar um pouco sobre como essas séries funcionam, enquanto a gente fala um pouco sobre alguns dos mais famosos que passaram aqui por terras brasileiras, pra você entender como eles são PRODUTOS incríveis até hoje (sim você pode amar essas coisas todas, eu mesmo tenho uma tatuagem de uma dessas séries, mas não dá pra negar que no fundo é só pra te vender algo).
É impossível não começar falando de Pokémon, não tinha como não ver as mochilas, camisas, brindes do McDonald 's, até mesmo no guaraná antártica foram dados Pokémon de brinde, tem alguma coisa mais brasileira do que refrigerante de guaraná? (isso consegue ser mais brasileiro que futebol e samba juntos, nada supera um guaranazinho).
Pra quem acordou de um coma agora, igual teorizam sobre o Ash no anime, Pokémon é uma franquia que surgiu em 1996, com os jogos para GameBoy Pokémon Red & Green, e no ano seguinte surgiu a animação, que aí sim levou os monstrinhos de bolso para o mundo inteiro.



Para vocês terem noção, em 2019 ela foi considerada a franquia do entretenimento que mais lucrou no mundo inteiro, chegando a cifra de 95 bilhões de dólares (segundo publicação da tecmundo), entre os jogos eletrônicos, anime e jogo de cartas colecionáveis, que são seus produtos mais conhecidos, mas também existem roupas, acessórios, bichinhos de pelúcia, tudo que você puder imaginar, e pelo incrível que pareça, não uma, mas DUAS séries com crianças andando com monstrinhos que se transformam em criaturas de diferentes formas que lutam entre si e vieram dos vídeo games fizeram sucesso mundo a fora, Digimon certamente merece ser mencionado por aqui, mesmo que em uma disputa direta, fique claro que Pikachu e companhia tiveram maior sucesso.
Mas sendo sincero, é claro que uma série cheia de monstrinhos EXTREMAMENTE “marquetaveis” e carismáticos iria dar certo não é mesmo? Eles tinham todos os produtos possíveis para fazer, e aí você pode me perguntar “ah, então só séries que tem muitas coisas possíveis pro marketing que são ‘séries mon’ famosas?”, e é aqui que eu digo, ACHOU ERRADO OTÁRIO.
Yu-Gi-Oh!, a série do menino japonês viciado em jogo de cartas, pior que os velhos que ficam jogando truco no bar da esquina da sua casa. Ele monta um quebra cabeça, que o vô dele achou em uma expedição enquanto era arqueólogo, libera as sete pragas do Egito e o fantasma de um faraó antigo. Na realidade a série não deveria ser sobre um jogo de cartas e sim sobre o fato da criança esquizofrênica ficar conversando com o fantasma de um egipicio velho que ficava fazendo feitiçaria, mas essa parte a gente releva.
Yu-Gi-Oh! teve diversas séries ao longo dos anos, mas o auge com certeza foi a primeira geração, chegando ao ponto de termos programas jornalísticos na televisão brasileira chamando as cartas, que eram o produto que a série se propunha a vender, de coisas do demônio, você quer um atestado de popularidade maior que esse em solo brasileiro? Qualquer coisa ficando famosa nesse país vai fazer aparecer algum lunático na televisão dizendo que aquilo é do demônio, é só olhar a Xuxa!

Beyblade foi um sucesso surpreendente, e esse foi um dos poucos brinquedos marquetaveis que eu realmente consegui brincar com eles durante minha época de escola, inclusive, quais desses todos vocês tiveram quando pequenos?
Esse próximo eu vou ser extremamente parcial, mas alguém lembra de Medabots? Sério, eu nunca tive os jogos de vídeo game dessa franquia, e nem faço ideia dos outros possíveis produtos que tiveram relacionados a ele, porém, todavia, entretanto, COMO ERA BOM ESSE ANIME VIU?
Eu sugiro que todos assistam ao menos alguns episódios, em especial o que o Medabot Rokusho conversa com uma senhora que, aparentemente, é viúva e está passando pelo seu processo de luto. Esse episódio é uma aula de como lidar com temas fortes e densos para crianças, aquilo ali é a definição de cinema, sério!
E agora a gente pode falar do próximo passo de animes feitos para vender brinquedos. Bakugan foi uma junção dos três animes anteriores, com criaturas em formato de bolas, que se transformam em seres extremamente descolados e de visual “cool” e cartas com poderes. É não tem como não comparar Bakugan com Pokemon, Digimon e Yu-Gi-Yo!, respectivamente.
Sendo objetivo, o jogo não funcionou tão bem quanto por aqui, mas o anime foi incrivelmente popular. Acho que o maior problema aqui foi que o produto em si era muito mais complexo que os anteriores, era menos intuitivo e complicado de se entender e conseguir “brincar” com ele. E cara, a abertura explicando de forma extremamente didática como o universo da série funciona, e um Rap no mínimo vergonha alheia são muito marcantes!
Bom, esses foram talvez os maiores exemplos de produtos que vieram ao país com a missão exclusiva de vender um produto, mas isso não quer dizer que não sejam obras que tem o seu valor, ou que não ganharam um lugar no coração da criançada por aí, e é claro que também surgiram muitas coisas interessantes além dessas que eu falei (eu estou olhando pra vocês Super Onze e Megaman NT Warrior).

mAS E VOCÊ?
Teve algum desses brinquedos ou jogos na infância? Como foi DURANTE SEU AUGE DE POPULARIDADE? aINDA ACOMAPANHA ALGUMA FRANQUIA? cONSOME OS PRODUTOS DELA?
Bom, se você viu alguma dessas coisas quando era criança, hoje eu tenho certeza que já trabalha e tem dinheiro para comprar suas próprias tranqueiras, seja dessas propagandas de 24 minutos ou de outras séries, só toma cuidado com a fatura desse cartão viu? (isso é um recado pra mim mesmo que gastei quase R$300 em uma coletânea de jogos de Dragon Ball EQUANTO ESCREVIA ESSE TEXTO).
